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sexta-feira, janeiro 31, 2014
DEUSA HÉCATE
A Deusa Hekate “Existem inúmeros estudos sobre Hekate, porém hoje vamos ver um texto realmente longo e completo sobre essa deusa. Pesquisa feita por Foster All.“
Hail Hekate! Senhora de muitos nomes!
Mulher Sábia; Anciã; Avó; Viúva; Senhora das Encruzilhadas; Rainha da Noite; Face Escura da Lua; Guardiã dos Mistérios Primais; Regente dos Poderes Mágicos da Regeneração; Guardiã da Tocha que ilumina os caminhos; Deusa da Lua; Protetora dos Mistérios; Parteira Celestial; Deusa da Magia e Encantamento; Deusa da Fertilidade e do Milho Colhido; Protetora dos Lugares Remotos e da Estrada Noturna; Feiticeira Toda Poderosa; Deusa da Alucinação e dos Pesadelos Noturnos; Doadora de Sonhos e Visões Proféticas; A Distante; A Mais Linda; Guardiã dos Reinos Inconscientes; Deusa das tempestades; Deusa da Transformação; Iluminadora das Passagens Escuras; Incubadora; Guia das Almas dos Mortos; Deusa da Dependência, Depressão, e Descida ao Submundo; Rainha das Sombras; Protetora das Dolas; Deusa do Prostitutas e Deserdados; Guardiã da Porta Ocidental, que leva para o submundo; Protetora dos Jovens; Guia dos Viajantes; Guardiã dos Véus; Rainha das Máscaras; Conhecedora dos Venenos mais Fortes e das Doces Poções; Serpente Noturna que trás o Saber; Temida por Zeus; Senhora da Terra, Mar, e Além; Dona das Chaves do Mistério.
Hail Hekate!
Hekate, por Stéphane Mallarmé. Nos últimos dias, tem aparecido muita gente aqui pedindo mais informações sobre Hekate, querendo saber mais sobre ela, como se aproximar, como cultuar, o que pedir, enfim. Querendo conhecer um pouco mais sobre A Toda Poderosa Rainha do Submundo. Há exatos sete anos, eu tive o meu primeiro contato com Ela enquanto fazia um trabalho escolar sobre Cultura Grega. E quando em um livro, vi citando de leve um nome que eu já havia ouvido algumas vezes mas que passava desapercebido. E o nome era Hekate. No livro vinha poucas informações. Só dizia que ela era cultuada pelas feiticeiras da Antiga Grécia, e que era guardiã dos cães. E sempre que queria se fazer presente ou chamar a atenção de um dos seus o fazia através desses animais, geralmente de pelugem completamente preta. E foi esse exato fato que me chamou mais atenção. Pois eu era um jovem com a vida noturna bem ativa, e como minha cidade é pequena, de madrugada quase não tem táxis ou ônibus. Então por muitas vezes voltava das baladas a pé, pois moro próximo ao centro. Tá, e o que isso tem a ver com Hekate? Acontece que sempre que voltava a pé do centro, um cão preto vinha sempre fazendo o mesmo caminho. Eu sempre achei que era coincidência, cheguei por vezes comentar com minha mãe sobre isso. E até mostrei pra ela o fato inusitado. Era engraçado que na encruzilhada que tem bem próximo a minha casa (local onde hoje deixo minhas oferendas e faço algumas orações a Ela) ele simplesmente sumia. Minha mãe ficou assustadíssima, pois ela realmente tinha o visto. Minha tia, certa vez também presenciou o fato. Logo fiquei interessado nisso, e me achei na época, né?! HAHA, aquela coisa de “ÓH meu deus, sou especial, recebi um sinal dos deuses”. Coincidência ou não, até hoje o fato continua a acontecer. E não me perguntem, não sei se realmente é um sinal Dela ou não. Não faço tal afirmação, pois sou um tanto quanto cético em relação a sinais dos Deuses e afins, mas em meu coração eu realmente acredito que seja, porém não tenho como provar isso, então deixa quieto.
O fato é que, assim que li que ela era protetora dos cães e se fazia presente representada geralmente por cães pretos (não só cães mas também cavalos e cobras de mesma coloração), a partir dali comecei a correr atrás de informação na internet. Meu ponto de partida foi o Google, e logo em seguida a Wikipédia. Fontes básicas e escassas, mas foi um bom ponto de partida. No Google comecei a achar muitos sites (a maioria em inglês), sempre colhendo informações, buscando ritos, buscando saber mais como me aproximar dela e a cada informação me via mais envolvido e encantado. Sete anos de muita desconstrução e construção, muita viagem ao meu eu profundo, muitos ritos sob a Lua Negra, estou aqui fazendo esse compilado de ritos, curiosidades, meditações, oferendas e coisas relacionadas a Esta que é a Deusa com qual presto culto e muito aprendo.
Já vou fazendo um anuncio aqui que serve pra espantar corpo mole: Se você não tem disciplina, força de vontade, tem medo de conhecer seu lado obscuro, tem medo de conhecer a ti mesmo através das máscaras que você usa até quando está com você mesmo, mas mesmo assim quer prestar culto e adoração a Ela, que pare de ler aqui mesmo. Pois o culto e sacerdócio a Hekate exige muita disciplina, esforço, auto conhecimento, e força. Ela te tira todas as máscaras e rasga todos os véus para te conhecer por dentro e por fora. Hekate é como um escultor de vasos em argila. Enquanto o vaso não está completamente perfeito a seu ponto de vista, ela não cansa de reduzi-lo a pó para começar do zero a remontar o vaso.
Dada a introdução, aos que escolheram continuar a leitura e pretendem prestar cultos a Esta que é uma Grande Força, tenham uma boa leitura e que seus caminhos possam ser iluminados e guiados pela Luz Distante, porém sempre presente, de Hekate.
Hekate, por William Blake . Hekate – Mitos, Lendas, História e Família
Nesse tópico, vamos começar primeiro expondo a linhagem de Hekate, da onde ela vem, com quem tem relação direta, e vamos começar a expor seus mitos, lendas, histórias e tal. Quem é Hekate e de onde ela veio, Foster? Tudo começa lá nos Titãs…
Ponto e Gaia se uniram, e dessa união veio Crio, que se união a Euríbia que deu a luz à Perses que se uniu à Astéria que deu a luz a quem? Claro, nossa diva, Hekate. Existem outras versões onde os pais dela são Perses e Persaios (como visto em Teogonia 404, Apolodorus 1.8), Nyx pariu ela sozinha (como visto em Lírico Grego IV Bacchylides Frag 1B.), mas a versão que mais é contada e tida como original é a de Perses e Astéria.
“Foster, você disse que Hekate é protetora dos Jovens e dos recém nascidos, e das parteiras. Ela tem alguma ligação de maternidade, ela deu a luz a alguém?”
Sim, em alguns textos antigos é visto que Hekate deu a luz a Cila, fruto de um relacionamento com Forcis (o autor identifica Hekate com Kratais que é normalmente tomado como um outro nome de Ceto (Keto): Argonautica 4.827.), já vi por aí dizendo que Cila foi fruto de um relacionamento com Apollo, mas não provinha de fonte confiável. Teve também Circe, Medéia, Aigialeus e Aeetes na visão de Diodorus Siculus.
O significado de seu nome vem do Grego, ‘Ecath (Hekáte) que é o feminino de ecatos (Hekátos), que quer dizer “O que Fere a Distância” ou “Brilho distante” em algumas traduções abertas. Uma das qualidades específicas, que se apóia especialmente Hesíodo na Tegonia.
Hekate é “aparentada” à Artemis e não possui um mito próprio, ela é profundamente misteriosa e age muito mais em função dos seus próprios atributos. Hesíodo para definir bem as diferenças entre Hekate e Artemis nos apresenta a seguinte genealogia: Os Titãs Febe e Ceos tiveram duas filhas , Leto, mãe de Apolo e Artemis e Astéria, a Deusa-Estrela que deu Hekate a Perses, filho da Euríbia. Hekate portanto seria prima de Apolo e Artemis e ao mesmo tempo um “reaparecimento” de Febe, que o nome é frequentemente associado a Lua por poetas. Hekate costuma sempre ser representada segurando suas tochas, como Deusa da Lua, maneira como Artemis quase nunca é representada. Ele ainda procura enfatizar o fato de que Hekate é filha única (monogenes). Nesse sentido Hekate também se assemelha a Persefone, a Deusa do Mundo Subterrâneo.
Hécate não era na origem uma divindade infernal, mas tendo emprestado uns disfarces a Europa, facilitando assim os amores de Júpiter, tornou-se odiosa a Juno e foi obrigada, para evitar uma perseguição, a ocultar-se sob um lençol, o que a tornou impura. As Cabiras, por ordem de Júpiter, purificaram-na no Aqueronte, e desse modo passou a ser deusa do Tártaro. O seu papel nos infernos tem duplo aspecto. Como divindade vingadora, preside às expiações; como deusa da magia, preside os encantamentos, e é ela que envia à terra os monstros evocados dos infernos. A princípio era uma Deusa que derrama sobre nós seus favores, nos dando a prosperidade material, a eloquência com as palavras, as vitórias nas batalhas e jogos, trazia abundância aos pescadores, faz o rebanho prosperar ou o aniquila a seu bel-prazer. É uma Deusa que nutre a jovialidade em igualdade a Apollo e Artemis (na maioria das pinturas antigas, Hekate sempre é representada como uma Jovem), com o tempo, à Hekate foi sendo atribuídos mais aspectos, e especificações diferentes. A Deusa Ctônia passou a ser considerada a Deusa que regia os cultos de feitiçaria e bruxaria, trazia os conhecimentos de encantos e sortilégios, foi sendo ligada ao mundo das sombras, iluminando áreas escuras com suas tochas, representada com e como diferentes animais (como Égua, Loba, Cadela, e Cobra). Hekate passou a ser conhecida como a inventora da magia e da feitiçaria. Os mitos acabaram por fazê-la penetrar ao mundo da bruxaria como excelência: Eetes, Medéia e Circe. É assim que traduções mais tarde a fizeram Mãe de Circe e tia de Medéia. Ah, e uma coisa que quase ninguém sabe e que acho interessante ressaltar é que durante o dia Hekate ainda é associada por alguns ao lado da agricultura, fertilidade, abundancia, e nas horas escuras os aspectos mais conhecidos como a feitiçaria, fantasmas, túmulos, demônios e etc.
Como feiticeira, Hekate preside as encruzilhadas, local consagrado a feitiçaria. Nas encruzilhadas da Antiga Grécia era comum encontrar estátuas Dela sendo representada por três cabeças e três corpos, olhando em todas as direções e trazendo consigo as suas tochas para iluminar e proteger os viajantes noturnos que por ali passavam.
Ela é a Deusa dos mortos, mas de forma diferente de Perséfone, Ela é quem preside suas aparições como fantasmas. Já que toquei no “assunto Perséfone”, vale ressaltar aqui, que quando a mesma foi raptada por Hades, foi Hekate quem consolou e ajudou Deméter (mãe de Perséfone) na sua busca pela sua filha e a guiou pelo submundo, e quando, esta fora encontrada, Hécate passou a ser sua companheira. As três deusas são descritas carregando tochas ou archotes, além disso todas tomam parte nos elementos místicos dos ritos de iniciação, assim como Dionísio, Apolo e as Musas.
Com suas tochas a punho e seguida por cães, lobas e éguas é a Senhora Toda Poderosa invocada pelas Bruxas. Seu poder se manifesta intensamente a noite, sob as luzes bruxuleantes de velas e sob a forte luz da lua (ou a luz negra de sua ausência). Por ser uma Deusa que está ligada a Lua, está ligada a alguns ritos de fertilidade, os camponeses em algumas partes da Antiga Grécia invocavam suas bençãos para que as colheitas fossem boas. Seus poderes e funções foram de certa forma aumentando. Domina e ajuda nos partos, na germinação, protege a navegação, libera a prosperidade, ajuda nos discursos, e guia com maestria quem quer se purificar. Porém, em contra-partida, é a Deusa dos temores, dos fantasmas, dos monstros, do medo. É a Deusa da feitiçaria, podendo ser claramente vista e chamada em ritos de esconjuro, e filtros para a morte, amor, prosperidade…
Sua representação com três corpos e cabeças (Trimorphos), aparece na arte como espécie de tríade composta de três mulheres. A primeira traz na cabeça o crescente da lua, e em cada mão um facho; a segunda tem a cabeça radiada e ornada de um gorro frígio; tem uma faca e uma serpente; finalmente, a terceira segura umas cordas e chaves. Possui várias interpretações simbólicas diferentes. Pode representar a Lua em suas fases Nova, Crescente e Minguante, assimilando-se as três fases de evolução da vida. Ctônia, ela reúne os três níveis, o Infernal, o Celeste e o Telúrico, por isso é cultuada nas encruzas. Pois cada decisão tomada durante a vida, incute não apenas em tomar uma direção, mas uma direção vertical para os outros dois níveis da vida. Suas manifestações noturnas, simbolizam o inconsciente, onde moram todos nossos temores, nossos próprios medos e fantasmas. De um lado, um inferno vivo de nossa psiquê, do outro, uma reserva de energias incontáveis que precisam ser ordenadas, como o caos ordenou-se em cosmo pela força do espírito. Alguns poetas alegam que as três faces da deusa representam as seguintes divindades: Ártemis (deusa da caça e da lua) na terra, Selene (deusa da lua) no céu e Hécate no Mundo Inferior. Porém, a própria Ártemis também é identificada com Selene, sendo descrita freqüentemente ostentando o crescente lunar em sua testa.
Na Guerra dos Gigantes, Ela colocou-se ao lado de Zeus, apesar de ser do “partido” dos Titãs, e matou o gigante Clítio com a chama de suas tochas. Zeus a reverenciava acima de todas as outras e deixou sob seu domínio Terra, Céu e Mar. Ou melhor, nunca a privou dessa honra, que lhe pertencia desde a época dos Deuses anteriores, os Titãs. Ela era, portanto, uma verdadeira Titânida dos Titãs, ainda que isso nunca apareça expressamente dito. Dizem que ela é aquela “Krataüs” (forte), que presenteou a Forcis com um monstro marinho feminino chamado Cila.
Existem algumas histórias de seus sórdidos casos de “amor” com Deuses do Mar. Principalmente com Tritão. A quem Hesíodo chama “eurybas” (de ampla força). Também conta-se que Hekate todas as noites em forma de cadela ou loba, dirigia-se a terra com uma horda de fantasmas e cães para assombrar os desavisados que vagavam pela noite.
Sob o nome de Protiraia, ela era a Deusa que ajudava as mulheres no parto, mas que as vezes as oprimia com cruel força. A Hekate também é também incumbida de chamar a fúria da culpa sob aqueles que de alguma forma caíram em contradição ou foram contra seus próprios princípios.
Hekate também foi identificada com Ifigênia, filha de Agamenon e Clitemnestra. De acordo com o “Catálogo das Mulheres”, Hesíodo relatou que, quando os gregos sacrificaram Ifigênia, Ártemis transformou a jovem na deusa Hécate.
De acordo com o historiador siciliano Diodorus Siculus, em seu relato sobre Jasão e os Argonautas, Hécate não é uma deusa, mas sim uma feiticeira de Tauris (ou Tauric), filha de Perses, rei de Tauric Chersonese e neta de Hélios. Hécate era conhecida por sua crueldade, já que havia envenenado seu pai e casado com seu tio, Aeetes, rei da Cólquida, tornando-se assim, mãe de Medeia e Circe. Como sumo sacerdotisa de Ártemis de Tauris, ela tramava o sacrifício de todos os forasteiros que vinham a Cólquida.
Como Andarilha Noturna, Hekate priva algumas pessoas que se aproximam dela de seu juízo perfeito, nos lembrando um pouco Pan e os seus Coribantes que também tinham este poder e o usavam a seu bel-prazer.
Hekate filha do Tártaro ou Inimiga da Humanidade, não é uma visão muito agradável de se ter, já que seu aspecto mutável e sua tríplice face deixam-na com uma aparência terrível. Além disso, a deusa carrega espadas e possui em seu ombro esquerdo a cabeça de um cavalo, no direito a de uma cadela nervosa e no meio uma serpente selvagem e venenosa pronta pro bote. Contudo, fora por vezes chamada de “aquela com o coração terno”, uma vez que compadeceu-se da dor de Deméter quando a Perséfone foi sequestrada, como disse lá em cima. Muitas vezes também é apresentada muitas vezes como enfermeira e protetora dos jovens e crianças. Sim, até a “malvada” tem seu lado “bonzinho”. Uma vez que Hekate é uma divindade do Mundo Inferior, tal prerrogativa lhe concede amplos poderes em diferentes reinos.
Ah, uma coisa que ia me esquecendo! Geralmente se encontra por aí na internet pessoas que por no mínimo falta de bom senso ou estudos, dizendo que Hekate é a Deusa da “Magia Negra”. Não, Hekate é deusa da Magia e ponto. Além daquele papinho de “ai mimimi, magya num tein cô”, rola o fato de que ela é a Deusa DA magia. Seja ela branca, preta, rosa (alô alô galera pink 6 mora nu meu coraçaun -q), amarela, verde, azul, prata, dourada, roxa, arco-íris (pra galera não dizer que sou preconceituoso e homofóbico -qq), enfim. Seja lá a cor que você queira chamar a sua forma de praticar magia, Hekate é Dona dela. Que fique bem claro isso. Pois o povo tem essa terrível mania de fazer associação de Hekate a “magia negra” “limitando” assim o grande leque de possibilidades para trabalho Dela.
Pra encerrar esta parte, vou fazer uma listinha pequena dos seus epítetos (algumas de suas qualidades/”poderes” e formas com que ela é chamada). Isso é algo bem importante a se ressaltar, pois como ela se apresenta de diversas formas, é sempre importante na hora da invocação, você chama-la pela forma como quer que ela se apresente. Tenha um pouco de cuidado ao invocar a Inimiga da Humanidade ok? Não quero ninguém me culpando não. But, do what thou wilt, rs. E antes que fale “mimimi, quem seria o idiota de invocá-la na forma de inimiga da humanidade”, acredite, eu já vi alguns idiotas fazendo isso. RISOS, RISOS ETERNOS E ALTOS!
Listinha de Epítetos de Hekate:
Aidonaia – Senhora/Rainha do Hades Brimo – A Furiosa, A Terrível, A Temível Kourotrophe – Enfermeira dos Jovens Hekateris – Das Mãos Dançantes (mas por favor, não venha de mimimi dizendo que ela é deusa da dança não, bom senso) Zerynthia – Senhora de Zerynthos Perseis – Filha de Perses Prytania – A Rainha dos Mortos Phosphoros – Que Traz a Luz Sotera – Salvadora Propylaia – Protetora das Portas, das Casas, Das famílias Ctonia – da terra Crateis – poderosa Enodia – dos caminhos Antania - inimiga da humanidade Curótrofa – ama dos jovens Artemisia das encruzilhadas Propolos - a que dirige Trioditis (grego) ou Trivia (latin) – dos três caminhos Klêidouchos - guardiã das chaves Tricéfala ou Tríceps - de três cabeças Triformis - de três formas Hekate – O trabalho
Hecate é uma das mais antigas representações da Deusa Tríplice, invariavelmente, enfatizou em seu aspecto Anciã. Hécate foi absorvida do panteão grego, mas há evidências de que ela é muito mais antiga, provavelmente da Trácia, e associada com a adoração à deusa, na Ásia Menor e Europa, Médio nos milênios 3 e 4. (George, Mistérios da Lua Negra)
Hecate é muitas vezes é retratada como uma figura sinistra, fortemente ligada à morte, o ocultismo, o mal e “magia negra” (demonizada pela igreja como uma “Rainha Malvada das Bruxas”), e é quase sempre descrita como a “bruxa feia” de conto de fadas representada pelo aspecto da Anciã. Como em a Branca de Neve da Disney onde a Madrasta de Mulher Forte, Sedutora e Imponente, se transformou em uma velhinha com verruga no nariz e tudo. Todo mundo quando pensa em uma anciã ou feiticeira, logo é remetido a essa imagem de senhora decadente. Embora ela possa aparecer em qualquer forma, mesmo que de uma mulher Sexualmente Tentadora (ver Trobe, Invocação a Deusa).
Muitas imagens gregas de Hekate apresentam Ela segurando três objetos sagrados: uma chave, uma corda, e um punhal. A chave é a chave para o Submundo, desvenda os segredos dos Mistérios, a corda representa o cordão umbilical do renascimento e da renovação, e o punhal representa o Athame, cortando a ilusão. (George, Mistérios da Lua Negra)
A Voz de Hecate
Deusa transformadora e Guia para o Interior e Guardiã do Submundo
Hesoid, na Teogonia, descreveu o nome “Hekate” como significando “aquela que tem um poder muito distante” Da mesma forma, Hekate tem sido referida como ” A Distante,” e “Brilho Distante” (Curiosamente, ela também tem sido chamada de “A Mais Bela”, que é contrário às idéias populares dela como uma feia, bruxa, velha e assustadora), Jean Shinoda Bolen (A Deusa das Mulheres Mais Velhas [tradução aberta, pois o título não se encontra disponível em português]) dá a Hekate o título de “Deusa da Sabedoria Intuitiva e psíquica”. Ela afirma que as muitas referências a Hécate como “distante” referem-se a maneira como ela é muitas vezes vivida – através de sonhos, intuição, experiência psíquica, ou sincronicidade. É como ela só se mostrasse de formas onde está de certa forma oculta por um véu de ilusão.
Na visão do Bolen, Hekate é como a voz da intuição, uma presença silenciosa no fundo, e “uma testemunha dentro de nós em cada momento, mesmo que o ego negue, reprima, distorça, e não possa reconhecer o que está acontecendo. Esta observadora faz conexões e nos fala na linguagem simbólica dos sonhos e flashes de insight”(deusas em mulheres mais velhas).
Hekate é uma Deusa do Nosso próprio Submundo, uma deusa da mente inconsciente. Como tal, ela é uma deusa dos sonhos, pesadelos e também, da nossa “sombra” do lado, do aperto, do vício, da depressão, da alucinação. Demetra George observa bem que as verdades e percepções que Hekate pode iluminar, bem podem ser mais do que estamos prontos ou dispostos a encarar. “Como alucinógenos para uma mente subdesenvolvida, o veneno de Hekate, vem como o intoxicar e vira inspiração extática na loucura.” (Mistérios da Lua Negra) Hekate está entre luz e sombra, o mundo superior da consciência e da racionalidade e do Submundo da inconsciência e da irracionalidade, e Ela pode servir como um guia poderoso para a exploração interior e profunda – para aqueles que estão prontos. Hekate nunca deve ser tomada de ânimo leve. Ou ser levada na brincadeira.
Acessar, encontrar, e trabalhar com Hekate na maioria das vezes envolve uma descida aos Infernos. Isto pode ser experimentado em inúmeras maneiras, incluindo: uma depressão, um período de abstinência, uma crise, uma explosão de raiva, períodos de estagnação, sonhos intensos ou pesadelos… Hekate atua como uma espécie de parteira. Nós vamos sentindo todas as dores do parto, toda agonia, todo grito de dor, até trazer a tona um “eu” mais aprimorado, melhorado. Ou como as dores da morte, jogando fora e expulsando de nós mesmos as coisas que não nos servem mais e são descartáveis. Hekate sempre faz um “trabalho interno”, e ela tem acesso a todas as partes da nossa psique, consciencia e inconsciencia. Às vezes, ela pode lançar sua luz sobre as áreas que não queremos ver. Mas quando saímos da descida, somos mudados, estamos finalmente transformados.
Algumas mudanças podem ocorrer quando estamos encubados, encclausurados dentro de nós mesmos. E isso pode ser aterrorizante para alguns. Para outros pode ser em momentos de desprendimento e dinamismo. Mexendo com a nossa dinâmica interpessoal e nos deixando muito expostos. O que as vezes é bom. Marion Woodman e Elinor Dickson (Dançando nas chamas: As Deusas Negra na Transformação da Consciência [tradução aberta, pois o título não se encontra em português]) dizem que “quando uma mulher está em seu próprio terreno, a disciplina de exercícios, ou estabelece os termos de condições com uma conversa direta”, ela fala com a voz do Anciã.” e “A Anciã que fala a verdade acentuada que choca e deixa os outros entimidados fala com a voz da “Jovem”. Quando estamos diante de Hekate, ela exige que cortemos todas nossas defesas e véus, pra descobrir a verdade que se encontra dentro de nós, em nossa alma e espírito. Ela quer ver a nossa verdade nua e crua.
Agora que você já conhece um pouco sobre quem é Hekate e um pouco sobre como ela trabalha, provavelmente já deve estar mais que ansioso pra parte prática, de meditações, feitiços, e tudo mais né?! HAHA, garanto que tem uns espertinhos (pra não dizer o contrário) que com certeza pularam pra essa parte. Só lamento por vocês, e agradeço por ter me feito perder tempo relendo um monte de coisas, revirando meu Livro das Sombras de cabo a rabo e ter perdido todo um fim de semana fazendo esse artigo com todo amor pra poder te levar conhecimento e tu ignorando tudo.
Hermes guia Perséfone pelo submundo, onde encontram-se com Demeter e Hekate. Imagem do vaso pertencente ao Museu Metropolitano de New York, USA. “Para de enrolação, quero logo saber o que fazer, como fazer, o que ter, como ter…”, você deve estar falando. Creio que a maior dúvida seja quanto a como montar um altar a Ela, instrumentos de trabalho e tal. Essa parte é tranquila. Basicamente você precisa de uma estátua/estatueta/imagem/foto/desenho dela e só. HAHA, tá não é tããão simples assim. Vamos aos pormenores.
O altar vai ser o seu espaço sagrado, aonde você vai fazer suas orações, queimar seus pedidos, deixar suas oferendas e tal. Vou descrever mais ou menos como é o meu pra vocês terem uma idéia mais ou menos e se quiserem fazer igual o façam, se não faça a sua maneira. O Altar é algo muito pessoal. É o seu elo com o Sagrado. Então não existe uma maneira correta. Existe a sua maneira. Antes que neguinho venha meter malho no texto que eu tô dizendo que pode fazer tudo de qualquer maneira, não, em determinadas religiões, como a católica, a evangélica, a umbanda, a wicca, tem que seguir um padrão por questão de simbologia daquela determinada religião. Ah, e antes que peçam pra eu postar uma foto do meu altar pra verem como ele é e tal, eu não gosto nem um pouquinho de fotografar altar ou objetos magikos. Acho desnecessário e até de certa maneira algo desrespeitoso, pois você está expondo algo que de certa forma era pra ser sagrado. Quando temos algo que gostamos muito, não saímos expondo por aí a torto e a direito, guardamos com carinho só pra gente. Enfim, É VISÃO PESSOAL E NÃO CONDENO QUEM O FAÇA!
Vamos lá, meu altar dedicado a Hekate é uma mesa que fica um pouco acima da minha cintura, coberto por um pano preto que comprei para servir de toalha. No centro próximo a parede tem uma estatueta que comprei pela internet de Hekate Trimorphos muito lindinha. Atrás dela deixo um espelho negro que foi consagrado a ela. “Mas Foster, por que um espelho negro e o que é um espelho negro?”
Espelho negros são usados pra diversos motivos dentro da magia. Este está ali apenas pra neutralizar e refletir os ataques magicos pra quem enviou, ou seja proteção. Eles podem ser usados de diversas formas, entre divinação, proteção, ver outros planos, enfim… mas esse em específico está alí só pra proteção. O que uso pra divinação é outro. De cada lado da estatueta tem um candelabro para uma vela só, lembram peças de ouro envelhecido (mas é só pintura, quem dera fosse ouro), neles eu costumo deixar uma vela preta e uma roxa. As vezes duas pretas e as vezes duas roxas. No lado direito tenho um incensário que dediquei a ela, é uma peça básica de bambú com uns detalhes bonitinhos de caveirinha. no centro, na parte inferior deixo meu athame. Do lado do athame tem uma pequena foice dedicada a ela, uso pra colher algumas ervas, como moro na roça, tem muito mato(erva) por aqui, então as vezes me meto no mato pra pegar algumas. E brevemente vai chegar um presentinho que ganhei de uma amiga que dedicarei para ela, que é uma taça preta em formato de caveira, coisa mar linda. No lado direito (do lado do candelabro) deixo um vasinho onde deposito todas minhas oferendas, orações, e pedidos durante o mês a ela (depois vou explicar o por que disso). No centro tenho um caldeirãozinho, só por ter mesmo. Tipo, ela é a Deusa das feiticeiras né?! Quer coisa que lembre mais uma feiticeira do que a imagem do caldeirão? Só uma vassoura de palha. HAHA. Nesse caldeirãozinho queimo algumas ervas e alguns poemas aleatóriamente, só pra fazer um agradinho mesmo. (Puxa saco eu? Magina?!) Ah, e do lado esquerdo tenho um vaso onde sempre deixo Rosas a Ela. Deixo sobre ele alguns anéis que tenho e que são consagrados a Ela para proteção. Descrevi com exatidão meu altar e instrumentos que deixo sobre ele. Num falei, é simples, não tem muito mistério. No seu, você pode por mais coisas, menos coisas, aí vai do seu gosto. Lembrando sempre que no altar é só pra ser colocado objetos sagrados. Nada de deixar seu caderno de escola, seu celular, suas coisas lá não. Muito cuidado e carinho, pois seu altar é seu ponto de encontro com o Divino. Nem preciso dizer que um altar bagunçado é sinônimo de uma vida espiritual bagunçadíssima, né?!
Do que adianta um altar, se você não vai depositar oferendas a Ela? “Como assim?”. Oferendas, ué. Toda vez que você chama um convidado a sua casa, você deve servi-lo com comidas do seu agrado para que ele se sinta bem recebido e volte sempre, não é? Então o mesmo acontece com os Deuses. Sempre que queremos cultuá-los ou manter um contato próximo, precisamos oferece lhes do bom e do melhor, e claro, coisas do seu agrado.
“Mas o que eu posso ofertar a Hekate?”
Antigamente eram oferecidos sacrifícios de Lebres, Peixes, Carneiros, Cadelas, Cobras, Cabras, Lobas. Eram todas assassinadas e queimadas a Ela para que o povo recebesse suas bençãos. Alguns chegavam a inclusive ao sacrifício humano. “MAZOQ, VOU TER QUE MATAR BICHINHOS FOFINHOS E PESSOAS DENDICASA?! O.O ” você deve estar se perguntando. HAHAHAHA, não, só comentei mesmo pois acho que é um ponto que é preciso ser tocado. Pois é algo ligado ao culto dela no passado. Muita gente se fecha pro sacrifício animal, porém se esquecem de que ele existe, e em determinadas ocasiões ele é preciso. Ainda mais lidando com determinadas Divindades. É preciso ter muito estômago pra lidar com certas coisas quando necessárias. E como estou aqui pra escrachar a verdade nua e crua, tá aí. Não, NÃO ESTOU INCENTIVANDO NINGUÉM A FAZER ISSO, então galera do PETA, galera Vegan, galera Hippie, galerinha tudo lindo tudo amor, galerinha do politicamente correto, galerinha que vai se chocar e meter pau em mim por ter tocado no assunto, tão vendo aquela cadeira ali no canto? Senta lá.
Voltando ao assunto, o que você poderia oferecer a Hekate
Existem diversos tipos de oferendas que são de seu agrado historicamente, e outras pelo contato com ela você acaba entrando em sintonia e descobrindo certas particularidades.
Segue uma listinha de algumas coisas que podem ser ofertadas a Ela. Alho; Anis; Beladona; Cebola; Folhas de Carvalho; Açafrão; Papoula; Teixo; Salgueiro; Maçãs; Grãos em geral; Leite; Menta; Hortelã; Cedro; Cipreste; Cravo; Ovos; Pães; Carnes de coelho, boi, cobra, frango; Mel; Vinhos; Rosas; Peças de Cobre, Ouro, Prata; Pedras como Lápis-lazúli, Ametista, Ônix, Hematita, Obsidiana;
Acho que pra começar já tá aí uma listinha. Pequenininha, mas é só pra dar uma base.
“Ah, maneiro, já sei montar meu altar, já conheço um pouco das oferendas, como começo a cultua-la?”
Essa parte é a parte “mais fácil” da coisa. A partir do momento que você já sente uma ligação em especial com ela, ou sente uma vontade de cultua-la, já é como se fosse um começo. A busca sobre informações também. Vou descrever um rito de apresentação a ela, pois não é assim a revelia, né? Chegar do nada, começar a gritar o nome da pessoa e ela nem te conhecer. É como se um estranho na rua o visse e começasse a chamar por seu nome. Seria no mínimo estranho.
Momento receitinha da Palmirinha!
Vamos lá, o que você vai precisar:
Incenso de Cravo, Mirra, e Olíbano Duas velas pretas Um pano preto para vendar seus olhos Oferendas a seu gosto Uma taça de vinho (Gente, não vamos por Cantina da Serra/Pinheirense/Sultão, nem nada dessas coisas ruins não. É um convidado de honra que receberemos ali, não é um amiguinho fuleiro)
Como fazer
Primeiro desligue celular, televisão, despertador, telefone tire do gancho.. certifique-se de que não será interrompido por nada durante o rito.
Antes do rito, recomendo tomarem um banho, limparem bem o corpo, depois do banho tome um banho de ervas, com lavanda, anis estrelado e erva de são joão.
O que vestir
Eu geralmente não uso nada. Mas, caso queira, use uma roupa leve e solta, que não prenda muito seu corpo. Apesar de não precisar se mover muito, é um momento onde o corpo precisa estar relaxado. E como se vai ficar sentado durante um tempo, evite calças apertadas de mais, elas fazem as pernas formigarem depois de um tempo com as pernas na mesma posição.
Começando o rito
Apague as luzes. Acenda os incensos, respire com calma, não fique nervoso. Essa é só uma apresentação diante dela para demonstrar a ela seu desejo de começar a cultua-la e adentrar em seus mistérios. Se quiser colocar uma música de fundo, dê preferência a música com tambores, batidas mais fortes e pesadas, ritmo intenso. Use do bom senso e não vai me colocar músicas pop (seja lá qual estilo for, quando me refiro a pop, não me refiro ao estilo musical, e sim músicas populares mesmo. Mesmo Omnia, Enya, Loreena, essas coisas assim que vocês devem curtir achando que é pra ritual. Essas músicas geralmente são de base pagã e tals, mas não acho apropriado usá-las em ritual pois geralmente se você sabe a letra ou conhece a melodia, em algum momento do rito pode acontecer de você se distrair e começar a cantarolar ao invés de focar na Presença), tenha bom senso e dê preferência a músicas que não tenham vocais/letra, (quando digo vocais e sem letra não tô me referindo ao bate estaca que toca em boate não, refiro-me a músicas somente instrumentais) para que você não se distraia durante o rito. Esse é um momento que exige seriedade e concentração. Afinal não é um encontro com ”azamiga”, e sim com uma Entidade que exige respeito e conduta firme. Ah, claro, esteja com as oferendas no altar, dispostas em um pratinho, arrumadinhas, bem bonitinhas, de forma a agradar. Pode parecer besteira falar isso, mas tem gente que faz tudo de qualquer maneira. Acenda as velas, respire com calma. Sinta a luz que emana das velas, sinta a energia no ar. Sente-se diante do Altar de maneira confortável, sempre respirando calmamente, mantendo a mente calma e limpa de pensamentos muito confusos. É hora de focar somente no rito. Pegue o pano que usará como venda e cubra seus olhos. Certifique-se de estar completamente vendado e não estar passando nenhuma fresta de luz. Agora relaxe um pouco. Sinta a escuridão a sua volta. Fique em silêncio durante alguns minutos, pensando somente nas palavras que vai usar, e sentindo a energia a sua volta. É bem normal sentir sensações estranhas, como a temperatura baixar rapidamente, você suar frio, sentir que tem mais alguém no quarto com você, medo, o ambiente ficando muito denso… Após o momento de silêncio comece a invocar a presença de Hekate. Sugiro que use essas palavras ou similares:
“Óh Poderosa Rainha das Feiticeiras, Mãe da Escuridão! Óh Grande e Poderosa Hekate! Faça-se presente neste local. Estou aqui de coração aberto e totalmente envolto em tuas trevas! Traga a luz da Sabedoria ao coração deste simples humano que sente em seu coração a vontade de seguir Teus passos, conhecer teus caminhos, saber sos mistérios da vida e da morte. Guia-me pelo teu labirinto, mostrando a mim qual a melhor direção a seguir! Eu (seu nome) sinto em meu coração o grande desejo de honrar-te e louvar a ti.”
Respire fundo, aguarde alguns minutos em silêncio. Sinta as energias do ambiente, tome sentido da sua respiração, do seu coração batendo forte junto com o ritmo dos tambores, sinta seu corpo. E tome nota de tudo o que está sentindo. Após esse momento simplesmente sentindo sugiro que diga:
“Eu (seu nome), fiz este banquete em oferta ati, para que tuas bençãos recaiam sobre minha vida, e para que possas me aceitar como seu eterno aprendiz. Espero que seja do seu gosto, pois fiz de coração aberto, procurando agradar a ti!”
Aguarde mais uns instantes em silêncio. Faça uma meditação neste momento. Pense em tudo o que quer aprender, pense sobre a sua vida até ali, pense na responsabilidade de tudo o que aprenderá, pense em todas as possibilidades de tudo mudar da água pro vinho, pense no desprendimento da vida.
Após este momento de reflexão agradeça a presença dela. É normal que alguns a “vejam”, ou sintam sua presença, ouçam vozes, latidos (ATENTE PARA NÃO HAVER NENHUM CACHORRO NA VIZINHANÇA, AS VEZES É SÓ O CACHORRO DO SEU VIZINHO FAZENDO ARTE), bom, é uma experiência bem pessoal que cada um tem durante este rito de apresentação.
Agradeça. Simplesmente agradeça. Agradeça ela presença dela, agradeça pelo que irá aprender, agradeça pela proteção, agradeça pela sua vida, agradeça pelo que tem, agradeça por tudo. (Não vou sugerir nenhuma palavra aqui, pois essa parte é algo bem pessoal)
Despeça-se dela.
“ÓH Grande e Poderosa Mãe das Trevas e Rainha da Magia, agradeço sua presença e seus ensinamentos. Daqui pra frente me proponho a sempre honrar seu nome e cultuar a Ti quando o céu for negro e a Lua não brilhar, estarei eu a brandar Teu nome. Muito obrigado por sua presença. Peço que parta em paz, e volte logo. Aqui finalizo este rito de apresentação. Espero que tenha sido do agrado da Senhora.”
Sinta o ambiente a sua volta, respire profundamente três ou quatro vezes antes de retirar a venda dos olhos, respire com calma, se quiser deixar as velas queimando até o final pode deixar. Caso não, apague-as (SEM ASSOPRAR). Eu sugiro que separe um livro, caderno, agenda, para fazer anotações sobre os ritos com ela. Emoções sentidas, mensagens recebidas, feitiços feitos, leituras oraculares feitas em ritos a ela… enfim, um livro dedicado especialmente ao seu trabalho e aprendizado com ela. E após cada rito anote tudo, com o máximo de exatidão e riquesa de detalhes possível. Cada detalhe é importantíssimo.
“Foster, e as oferendas, o que eu faço?”
Você vai pegar seu pratinho bonitinho, a taça do vinho (pode passar o vinho pra um copo, por que ninguém é bilionário pra ficar deixando taças por aí), e leve até a uma encruzilhada. Mas atente para não ser uma encruzilhada em 4 (tipo uma cruz + ), tem que ser uma encruzilhada de 3 quinas (como um T ou um Y). Deixe seu pratinho com as oferendas lá, e acenda uma vela preta e algum incenso de olíbano, canela, ou maçã. Faça uma oração a ela consagrando e oferecendo aquela comida a ela. E vá embora.
“Tem uma hora ou dia melhor pra isso, Foster?”
Não tem dia nem hora mais ou menos apropriados. A única exigência, bom, pelo menos eu coloco como se fosse uma exigência, eu acho mais apropriado que seja em uma noite de Lua Negra, somente. Geralmente começo os Ritos a ela meia noite. Mas isso é escolha pessoal. Sei que tem gente que não consegue, ou não pode e tal. Então que ao menos seja a noite. Depois que o sol se põe e o véu escuro cobre o céu.
“Tá, só faço isso uma vez e acabou, sou um Sacerdote dela?”
Não, jovem aprendiz, a Jornada acaba de começar. É só um marco inicial na longa jornada. “Então conta pra mim, o que mais eu posso fazer, como vou cultuar ela daqui pra frente!”. Tá. Meus ritos devocionais direcionados a ela, como já disse, sempre são na Lua Negra. Acho que é o momento mais propício e onde toda a magia acontece. A Lua Negra é a face mais crua e nua da Lua. É a hora em que ela atinge seu ápice de pureza, sem a influência do sol. Você deve estar achando esse papo meio maluco né?! Pois geralmente as pessoas falam isso da Lua Cheia. Não é mentira, e nem errado. Na Lua Cheia, ela está no ápice de seu poder e sua união com o Sol é plena, completa. A perfeita dualidade entre luz e sombras. Masculino e Feminino. Já na Lua Negra não, na Lua negra é o contrário. É o poder única e exclusivamente da Lua. Seu lado feminino, frio, direto, é onde ela está seguindo seu próprio destino solitária. Ela não aparece para nós, mas seu poder pode ser sentido nitidamente. Lembrou alguém né? Pois é. Por isso escolhi trabalhar com Hekate somente nas Luas Negras. Não que nas outras nunca tenha a invocado e pedido ajuda em determinadas áreas. Porém são poucas as vezes, quase raras.
“Tá já saquei, mas quando eu sei que vai ser Lua Negra?”
O período da Lua Negra é o período que dura mais ou menos três dias depois da Lua ter minguado. São os três dias que antecedem a Lua Nova. Muita gente costuma confundir a Lua Nova com a Lua Negra. Isso é um conceito totalmente errado, não sei nem de onde isso saiu. Mas, enfim, acontece. A diferença entre a Lua Negra e a Lua Nova é simples. Na Lua Negra a lua não aparece, nem um pouquinhozinho. Já na Lua Nova, aparece aquele risquinho finiiiinho, no céu. Viu, como não são a mesma coisa? E Na magia, como já bem deve saber, qualquer detalhe é crucial, a Lua Nova, mesmo que no seu primeiro dia, quando é quase um traço da espessura de um fio de cabelo, já traz consigo uma energia completamente diferente da Lua Negra.
“Entendi, mas como faço pra saber exatamente quando vai cair a Lua Negra?”
Uma maneira boa é ficar de olho no céu. A outra maneira mais fácil ainda é só ficar ligadinho na folhinha/calendário. Fique ligado na data em que a lua vai minguar. Quando ela estiver minguando, fique de olho no céu, que quando ela estiver no finzinho do finzinho, boom, Lua Negra. :)
“Mas como são esses cultos na Lua Negra?”
Primeiramente preparo algumas oferendas a Ela, como gosto de cozinhar, geralmente faço um pão em formato de crescente (meia lua), compro um vinho, preparo um bife acebolado, com bastante alho. Compro algumas cabeças de alho e algumas cebolas. Disponho em um prato sobre o altar. Com tudo no local, tomo um banho, e logo em seguida um banho de ervas com canela, erva de são joão, verbena, erva doce, anis estrelado e madressilva. Após isso me dirijo ao local do ritual, monto o altar, disponho as oferendas sobre ele, acendo as velas do altar, além das duas pretas que deixo ao lado da estatueta acendo também uma vermelha e uma branca, e começo o rito com uma libação. Antes preparo o vinho, coloco três gotas do meu sangue nele, ergo a taça de vinho, e digo:
“Que meu coração seja puro como o de Hecate Koure Mounogenes!” “Que eu possa conhecer meu lado escuro e aceita-lo como Hecate Nocticula” “Que possa ter a sabedoria milenar de Hecate Aidonâia”
Repito três vezes:
“ASKEI KATASKEI ERO’N OREO’N IO’R MEGA SAMNYE’R BAUI”
Após isso derramo o vinho no chão e digo:
“Derramo este vinho sobre a terra fértil para que possas abençoar este local e para que tua cólera não recaia sobre mim! Assim como este vinho nutre o solo, nutra minha vida com Tua sabedoria!”
Após a libação abençoando o local, costumo fazer um círculo de proteção em volta da área do ritual. É um pó que é a mistura de pó de casca de ovo com sal grosso. Após o círculo traçado começo os trabalhos de invocação.
“Eu vos convoco, óh Espíritos Invisíveis da Natureza, para que vaguem ao redor deste círculo e sejam testemunhas dos trabalhos que aqui serão realizados!”
Com o Athame em punhos e os braços direcionados pra cima, faço a invocação Dela.
“Invoco aqui nesta hora mística da noite, a Deusa Escura que hoje domina os céus para que mostre seu poder a mim! Invoco e conjuro a Ti, óh Poderosa Hekate, Rainha do Submundo e Matrona dos Feiticeiros! Venha para este círculo onde pratico este rito em Tua Honra!”
Ajoelho-me em frente ao altar, tomo o cálice de vinho com as duas mãos, o ergo acima da cabeça e faço mais uma libação dizendo:
“Em Teu poderoso nome eu faço esta libação e tomo um pouco deste vinho para que me inebrie com teu poder” entorno um pouco no chão em frente ao altar e tomo um gole.
Pego o athame com ambas as mãos, o ergo em direção aos céus, e digo:
“Nesta hora soturna da noite onde Tu reinas absoluta, eu te louvo, Óh Eterna e Poderosa Hekate! Eu Te saúdo! Eu te honro! Eu te louvo! Bendita Sejas Grande Senhora da magia!”
Desço o athame, beijo a lamina, e o coloco de volta no altar. “A Ti ofereço este banquete disposto neste altar, espero que seja de bom grado a Seus olhos.”
Após isto em volta do altar no sentido horário vou dançando e entoando um cântico em honra D’ela. Após isto sento de frente pro altar e inicio uma meditação. Após o breve momento de meditação, dou início aos trabalhos de divinação com o Espelho Negro. Geralmente faço algum feitiço para proteção, e dou uma lida no tarot pra saber como vai ser o mês que está começando. Após os trabalhos encerrados faço mais uma libação dizendo:
“Que tudo o que foi feito dentro deste círculo possa ter sido do Seu agrado Rainha da Escuridão. Guie meus passos em caminhos seguros e que sua sabedoria e proteção possa ser sentida diariamente em minha vida! Faço esta última libação a tua honra, continue me abençoando. Muito Obrigado!” Derramo mais um pouco de vinho no chão, e tomo o que sobrou na taça.
“Agradeço sua presença durante este rito Grande Senhora do Submundo! Vá em paz, e até o próximo rito!”
Pego o meu athame e no sentido anti-horário vou cortando o ar em volta do círculo. Dou três voltas, e pronto. Rito encerrado. As oferendas se vão todas para a encruzilhada, onde acendo uma vela preta e uma roxa, um incenso de canela, e pronto.
Imagem de Hécate de três cabeças de Aegina (em Roscher's Ausführliches Lexikon der Griechischen und Römischen Mythologie, 1890) Imagem de Hécate de três cabeças de Aegina (em Roscher’s Ausführliches Lexikon der Griechischen und Römischen Mythologie, 1890) Mega dica, tome cuidado com os feitiços feitos durante os ritos de honra a Hekate, e cuidado redobrado com o que fala, e o que pede. Já ouviu aquela história de “cuidado com o que deseja, pois você pode conseguir”? Neste caso esta frase é o mais literal possível. Falar que Hekate é ótima para trabalhar qualquer tipo de feitiço é chover no molhado, mas cuidado, muito cuidado com toda palavra dita durante os ritos. Digamos que o tiro pode acabar saindo pela culatra. E você não vai gostar nadinha. Depois vai reclamar que a vida tá dando errado, que nada dá certo, que nada vai pra frente… Vai por mim. Pense muito bem nas frases ditas e no que deseja durante o rito.
Sim, todos os ritos sigo mais ou menos esse mesmo padrão. Não, não sou todos os ritos a mesma coisa, as mesmas emoções, os mesmos sentimentos… O que acho mais incrível é isso. Nunca um rito é igual ao outro, por mais que siga o mesmo cronograma. E nem digo isso de pessoa pra pessoa. Digo os próprios ritos pessoais. A cada rito é algo novo. Uma mensagem nova, um sentimento novo, é tudo sempre uma constante. Pra quem tá acostumado a cultuar sempre Deusas “branca”, costuma estranhar muito quando muda para uma Deusa “negra”. A atmosfera é muito densa e os ritos são sempre carregados de uma carga emocional fortíssima. A energia gerada tem uma diferença gigantesca de força. então se tem problemas com lidar com energias, tenha cuidado. Se prepare muito.
Dicas pra pré-ritual
Alimente-se bem, esteja descansado, evite o consumo de drogas (cigarro e bebidas alcoólicas também) e carne pelo menos um dia antes, tente estar focado no intento do rito. Se for fazer algum feitiço, atente para ter todos os materiais, ou nao esquecer nada. Se for fazer o rito em um espaço aberto, certifique-se de que não irá atrair o olhar de curiosos. Como os ritos são celebrados a noite, se você for adolescente/pré-adolescente, tome cuidado. Recomendo que o faça em casa. Caso não possa então não faça, espere até que possa ter sua liberdade. Aproveite que não pode ritualizar e estude, estude muito. Já que Esta é uma Deusa de sua escolha, busque conhecer os espítetos, mitos, lendas, a fundo. Você tem todo o tempo do mundo, não apresse as coisas e nem crie atrito desnecessário com seus pais. Se forem ritualizar em grupo, estejam cientes se todo mundo está focado na mesma vontade. Pois gerar conflito de vontades é um perigo, pode desequilibrar tudo. Todos devem estar na mesma sintonia, e desejo. Bom, acho que é isso.
Agora vou pegar um texto emprestado do site https://sites.google.com/site/helenismo que é um lindo pra quem se interessa por culto aos Poderosos da Grécia.
Noumenia
O mês helênico começa com a lua nova. Esse dia, a Noumenia, honra todos os deuses, especialmente Apollon Noumenios. Hoje em dia é comum unirmos em uma só celebração estes três dias: a véspera – Deipnon de Hécate, onde também se honravam os ancestrais; a Noumenia; e o dia 2 – do Agathos Daimon. Alguns helênicos fazem isso por considerarem que a Lua Nova seja tanto o fim quanto o começo de algo.
Preparação:
O altar (ou espaço sagrado) é montado com imagens ou símbolos de Hécate, Apolo, Agathos Daimon e os Ancestrais. A cor principal é o preto, mas pode-se acrescer vermelho, branco, prata e dourado. Há uma vela para cada deidade ou grupo delas. As ofertas são três (por exemplo, três bolos ou três tortas): uma para Apolo, uma para todos os deuses, e outra para os ancestrais e o Agathos Daimon. As libações podem ser de vinho, mel e leite.
Procedimentos:
Primeiro faça a procissão e a purificação que você estiver acostumado. Depois, pegue uma mão cheia de cevada e faça uma prece como esta: “Deuses Sagrados, olimpianos e ctônicos, venho diante de vós trazendo ofertas e sacrifícios. Hécate, nós te honramos, pois és tu que te apresentas no céu desta noite. Possa tua sabedoria nos guiar por todo este mês. Honramos os olimpianos, criadores e protetores de nossos corpos. Honramos os ctônicos, que cuidam de nossas almas quando transcendemos o além. E honramos aqueles que vieram antes de nós, nosso ancestrais, e o seu guardião, o Agathos Daimon, protetor de todas as coisas. Sagrados, aceitem e se deliciem com nossas ofertas!” ou outra que desejar. Jogue a cevada na tigela de ofertas do altar de sacrifícios. Se houver um grupo de pessoas, cada um joga uma mão de cevada ou traz uma oferta sua. Acenda então as velas de todos os espaços sagrados da casa, já que todos os deuses e ‘daimons’ estão recebendo ofertas. Finalmente, uma libação é vertida em cada prato de libação. Então começa um banquete, onde o resto da comida é consumida e há festas. Pode-se fazer jogos, assistir filmes, qualquer coisa que honre os deuses e ancestrais.
Deipnon de Hécate
O Deipnon de Hécate acontece na noite mais escura, honrando a “Portadora da Luz” com uma doação de comida nas encruzilhadas. É um tempo de purificação de si e do lar.As ofertas mais comuns neste dia são pão, queijo, figos, azeitonas, carne, ovos, alho, alho-poró. Você também pode varrer sua casa, ofertar as coisas que não quer que continuem no mês que vai entrar, limpar o refrigerador, arrumar a despensa, pagar as dívidas, se entender com quem você está brigado, e tudo o mais que sirva para “virar a página” antes do próximo mês helênico.Se você tiver um Kathiskos em honra a Zeus Ktesios, essa é a hora de desfazer-se do conteúdo para (re)preenchê-lo com um novo.Sugestões de como fazer um Kathiskos você irá encontrar na página do dia do Agathos Daimon.(Alexandra)Sugestão de Rito:Limpe o altar. Isso pode ser feito mais cedo no mesmo dia ou imediatamente antes do ritual. Se quiser, junte as sobras de libações anteriores, restos de vela, e até poeira, para jogar no fogo – simbolizando o mês que terminou. Por exemplo: se você libou vinho e sobrou um pouco daquela garrafa, ou se ofertou cevada e sobrou uma porção no pote, essas coisas podem ser oferecidas a Hécate para limpar o mês inteiramente, seja queimando-as ou servindo-as no deipnon/jantar.Você vai precisar de um prato de ofertas, uma taça de libação, um queimador de incenso, incenso, vela, líquido para libar (de preferência vinho ou mel), uma imagem de Hécate (se não tiver estátua, pode ser uma figura impressa), e – claro – a ceia de Hécate. A ceia tradicionalmente consistia de um pão doce ou bolo, peixe, alho, ovos e queijo; mas, se você não tiver tudo isso, pode oferecer algumas dessas coisas ou mesmo outras que sentir apropriadas. Azeitonas pretas costumam ser percebidas como uma boa oferta nos dias de hoje. Separe tudo antes do rito. Comece no mínimo lavando as mãos – o ideal é tomar banho e usar roupas limpas. Se tiver khernips (água lustral), purifique as mãos nela. Aproxime-se do altar, acenda a vela e consagre-a a Héstia. Faça um momento de silêncio, depois leia o Hino Órfico a Hécate e/ou a passagem da Teogonia de Hesíodo que fala dela. Há também um hino nos Papiros Mágicos Gregos (IV 2520-2569)* que podemos adaptar para este ritual. Se tiver algo para queimar, coloque no carvão ou no fogo primeiro. Depois coloque ou acenda o incenso. Verta a libação na taça. E apresente a ceia. Você pode dizer algo tipo: “Hécate, eu te ofereço este incenso, este vinho/mel, este (cite os itens da ceia)… Olhe com gentileza para estas ofertas e aceite-as com o coração alegre”. Se estiver fazendo só o deipnon, o rito pode terminar aqui.
Se já quiser começar a purificação para a Noumenia, faça uma prece como esta: “Hécate, seja favorável a seu/sua suplicante que lhe traz ofertas este dia assim como em outros dias no passado. Poderosa Hécate, por favor, leve embora a sujeira e as faltas deste lugar. Limpe-o de toda a negatividade e de coisas prejudiciais”. Faça então uma fumigação do seu lar com o incenso, carregando o incensário pela casa (mas com cuidado, pois ele pode estar quente e você precisa proteger suas mãos!). Faça um circuito que te leve de volta ao altar. Lá, faça uma prece para a proteção de Hécate durante o novo mês, como esta: “Hekate Propylaia, por favor conceda-nos sua proteção e evite que qualquer coisa prejudicial entre em nosso lar. Fazendo isso, lhe seremos sempre gratos”.
Aqui você pode aproveitar para consultar um oráculo, se precisar de orientação de Hécate em algo.
Ao terminar o rito, ou no máximo no dia seguinte, junte as ofertas da ceia e se desfaça delas, seja deixando em uma encruzilhada ou no jardim ou – se for jogar no lixo – coloque já o saco para fora na mesma hora. Se onde você mora há horário para coleta de lixo, considere isso antes de retirar as ofertas do altar.
PGM IV 2520-2569 (do século II AEC ao 5 EC):
Venha a mim, ó amada senhora, Hécate de três faces, Gentilmente ouça meus cantos sagrados. Tu armas tuas mãos com terríveis e sombrias tochas, Tu sacodes teus cachos de temíveis serpentes em tua testa, Tu soas como o bramido de touros saindo de tua boca. Ferozes cães são queridos a ti, onde quer que te chamem Hécate, de muitos nomes, Mene (Lua) que fende o ar como Ártemis que atira dardos, Perséfone, Atiradora de cervo, noite, brilhante, trissonante, Selene, de três cabeças, de três vozes, De três pontas, de três faces, de três pescoços, E deusa dos triplos caminhos, que segura A incansável chama em cestos triplos, E tu que constantemente frequenta o triplo caminho E rege as triplas décadas, A mim que te chamo Seja graciosa e com gentileza dê atenção; Tu que proteges o espaçoso mundo à noite, Diante de quem os daimones (espíritos) tremem de medo E os Deuses imortais estremecem; Deusa que Exalta os homens, tu de muitos nomes, mãe dos Deuses E dos homens e da Natureza, Mãe de todas as coisas, Pois tu frequentas o Olimpo, e o largo caos sem fronteiras Tu atravessas. No começo e no fim tu estás, E somente tu reges tudo. Pois todas as coisas vêm de ti, e em ti Todas as coisas, Eterna, chegam a seu final. Saúdo-te, Deusa, e, observando teus epítetos, Queimo para ti este incenso.
(Tradução)
hekate 3
Há também um rito que começou em 2010, chamado de O Rito das Suas Chamas Sagradas, que foi criado por uma galera lá de fora, pra simplesmente honrar e engrandecer o nome Dela. Geralmente é realizado todo dia 25 de maio. Quem quiser informações só visitar www.ritesofhersecretfire.com ou www.covenantofhekate.com, o site é todo em inglês, mas dá pra ser traduzido pelo Google Translator. Lá tem o ritual, como fazer e tudo mais, traduzido nas mais diversas línguas, e o português é uma delas. É um rito muito bonito e com uma força gigantesca. Tô desde o primeiro com eles, e olha… super legal. Tem uma galera que grava videos e manda pra eles e tal. Quem quiser dar uma olhada em como é, só jogar no youtube.com “Rites Of Her Sacred Fire” e dar uma conferida.
Já que o povo gosta de usar a imaginação criativa, vou postar uma meditação aqui para entrar em contato com Hekate que é muito interessante. Eu mesmo já fiz e faço de vez em quando. É muito bom para encontrarmos respostas para problemas que não sabemos resolver. Mas a resposta estava dentro de nós o tempo todo. Hekate vem com suas tochas iluminar os cantos mais escuros de nossa mente nos ajudando a encontrar a solução pros nossos dilemas. Também é um ótimo exercício para ajudar no auto-conhecimento.
Uma viagem a caverna de Hekate – Exercício Meditativo
Antes de começar este exercício, pense bem no que quer perguntar. Foque-se no que quer saber de Hekate. Sente-se um pouco, relaxe e pense “O que eu quero ao encontrar com esta Poderosa?”. Anote em uma folha ou no livro que separou para seus ritos com Ela, e coloque lá o que quer saber, por que quer saber, como imagina que vá ser esse exercício, quais os resultados que espera… Enfim, tudo relacionado ao exercício e como você se sente em relação a ele e a pergunta. Feito isso, acalme-se. Acalme sua mente, relaxe seu corpo. Deixe ele o mais leve e descontraído possível. Sem tensões.
Tome um banho, após o banho tome um banho de lavanda. Ferva meio litro d’água, misture a lavanda, deixe amornar e despeje em seu corpo. Após isso, dirija-se a seu altar, lance ou trace um círculo de proteção. Tenha no altar uma vela roxa, acenda um incenso de lavanda, coloque alguma oferenda a ela. Eu geralmente coloco pão com uma taça de vinho.
Agora relaxe, inspire e expire lentamente. Quando sentir que está relaxado e calmo, acenda a vela roxa e diga: “Hekate está comigo”.
Acenda a vela. Fixe seu olhar nela e entoe o “mantra”: “Hekate está comigo, e eu com ela, como sempre foi e sempre será” Vá repetindo quantas vezes for necessário até que não consiga mais entender o que está dizendo, as palavras só saem de sua boca, como uma canção que você só ouve a melodia. Vai diminuindo o tom de voz, vai ficando baixinho, baixinho, até não se ouvir mais nada, só o silêncio. Permita que enquanto seu tom de voz vai baixando, que seus olhos vão se fechando lentamente, lentamente, lentamente, até fechar. Quando estiver somente você, a escuridão e o silencio como um só, comece a se ver projetado no meio da escuridão. Lá no fundo tem uma luzinha, vai na direção dela. Conforme você vai se aproximando, vai vendo que é a entrada de uma caverna, vá adentrando esta caverna aos poucos, essa caverna é iluminada por algumas tochas no caminho, e você vai seguindo, sentindo-se seguro, sem medo nenhum. Apenas vá seguindo até o fundo dela. Você vê que lá no fundo tem uma luzinha bruxuleante, você não sabe ao certo o que é, mas sabe que é lá que quer chegar. Vá andando na direção dessa luz. Você agora chegou numa ante sala, apesar de ser uma caverna, iluminada apenas por uma pequena fogueira, você vê ao fundo uma mulher. Seja educado, apresente-se. Diga a ela o por que de estar lá. Pergunte o que quer saber. Saiba ouvir as palavras dela. Ouça com atenção. Tenha calma. Quando tiverem terminado de conversar, se despeça e vá voltando pelo mesmo caminho que você chegou aí. Vá emergindo aos poucos. Não tenha pressa, só vá voltando pelo mesmo caminho, as luzes vão ficando escassas, vai ficando tudo escuro, até que você começa a recobrar seus sentidos. Começa a sentir seu corpo novamente, sua respiração, seu coração batendo. Abra devagarzinho seus olhos. Agradeça a Hekate pelas respostas obtidas. Apague a vela, e guarde. Use-a novamente na próxima meditação de imaginação criativa que usar.
Anote tudo. Desde como você se sentiu, como foi a conversa, se conseguiu as respostas, se saiu com mais dúvidas, se conseguiu compreender a mensagem passada. Quais foram as sensações. Tudo com o máximo de detalhes possíveis. Pegue as oferendas e deixe em uma encruzilhada mais próxima. Lembrando sempre que somente encruzilhadas em 3 (Y ou T).
Acho que é o suficiente por aqui. Já botei coisa de mais. Vocês agora estão incumbidos de ir descobrir mais curiosidades e peculiaridades delas por si só, também não vou mastigar tudo e dar na boquinha de cada um. E caso descubram alguma “curiosidade”, algum rito, algum feitiço, alguma forma de meditar com ela, alguma oração, sobre ela que não foi citada me conta pô, bora compartilhar conhecimento. Ninguém sabe de tudo, é sempre bom acrescentar. Lembrando sempre, que isto aqui NÃO É TUDO sobre ela. Não se limitem a este artigo somente, pelo amor de deus! É só pra dar uma base pra vocês que querem conhecer um pouquinho mais sobre Ela, porém só encontram as mesmas coisas, os mesmos ctrl+c/v pela internet e tals. Abaixo vou deixar toda a bibliografia e contatos que foram fonte de pesquisas e fontes de informação da onde pesquisei (e alguns continuo pesquisando) pra vocês pegarem tudo completo.
Espero que tenham gostado, e que Hekate Phosphorus ilumine o caminho de vocês durante esta jornada, e que ela possa ser próspera em conhecimento e vivência a cada um de vocês que se pre-dispuseram ao trabalho com Esta que é (pra mim) a Mais Poderosa.
A seguir, livros e outras fontes de estudo para que vocês mesmos pesquisem, afinal, essa é a melhor forma de aprender. Bibliografia Hesíodo Teogonia – Textos diversos Pierre Grimal – Dicionário da Mitologia Greco-Romana Junito de Souza Brandão – Mitologia Grega Vol. I Karl Kerényi – Os Deuses Gregos René Ménard – Mitologia Greco-Romana Arthur Cottrell – Enciclopédia de Mitologia Mário Meunier – Nova Mitologia Clássica George - Mysteries of Dark Moon Trobe – Goddess Invocation Dancing in the flames: The Black Goddess in the Conscious Transformation The Goddess of Crone Women Editora Ediouro – Dicionário Ilustrado da Mitologia
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